domingo, 30 de março de 2008

Revitalizando o mundo

Em um jornal britânico foi apresentado o resultado de um concurso feito com crianças e adolescentes onde cada um escreveria uma frase que expressasse um simples ato que, se feito por ele e 1 milhão de pessoas, mudaria o mundo.

Frases simples como "Ajudar à mãe", "Não comprar o que não for necessário", "Não cantar no chuveiro para economizar água e energia", "Dizer por favor e obrigado" estavam entre as possibilidades de mudança apontada pelos pequenos participantes.

Minha proposta? Bem, acho que se eu me propuser a refletir sobre meus atos e, como aconselhou Gandhi, ser a mudança que quero ver no mundo, já seria um bom começo.



E a sua proposta, qual seria?
Vale das coisas mais simples às mais complexas, desde que comece por você.
(Será preciso 1 milhão de pessoas para começar?)

Soube dessa notícia através do Programa Saia Justa (GNT) dessa semana. Não foi citada a fonte.
Se quiser dar sequência a essa idéia em seu blog, fique à vontade. Se puder, linke esse post.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Nem mulher-maravilha, nem donzela-na-janela: reflexões sobre o tempo

Texto publicado nos sites Absoluta e Yinsights, ambos voltados para o resgate da vivência do feminino. Depois escreverei mais sobre a propostas desses dois espaços.
Minhas participações recentes por lá:
http://yinsights.blogspot.com/search/label/Juliana%20Garcia
O texto é longo, mas espero que vocês possam acompanhar.

Quantas vezes atropelamos e desconsideramos o sinal de que seria preciso dar pausa? Quantas vezes nos esquivamos de vivências importantes por querermos esperar o tempo em que estaremos "prontas"? Em cada um desses extremos, perdemos de vista o que realmente importa.

De um lado, o corre-corre: o relógio como um oponente cruel com quem acreditamos travar uma luta. Esse jogo, porém, tem cartas marcadas e quem costuma sair perdendo é nossa energia, nossa saúde, nossas relações. Luta-se contra as linhas no rosto, luta-se contra os sinais de fadiga, luta-se contra os limites.
O mundo acelerado gera publicidade e nela se vende a idéia de que aquele que não acompanhar o ritmo imposto ficará pra trás. Mas qual será o fim dessa viagem? Dá tempo de pensar se quero isso para mim? São tantas horas preenchidas na agenda que, quando temos uma folga, precisamos logo pensar com o que iremos preencher. Não há tempo para estar consigo mesma, para viver os ciclos naturais, e não apenas seguir adotando o que se vende como o ideal.
Outra postura é a que usa o tempo como fuga. Em algumas situações, nos pegamos escondidas por trás de justificativas cabíveis racionalmente, mas que servem, no fundo, à vontade de tudo controlar, ao orgulho que não admite erros, ao medo de não ser boa o suficiente. Esperar estar pronta, em muitos momentos, é uma maneira secreta de esconder o que ainda não sabemos com uma máscara do tipo: "oh, sim, sei dar tempo ao tempo", quando se poderia dizer na realidade: "não vou me expor, enquanto não tiver plena certeza". E essa certeza, quando chegará? Enquanto não chega, vamos vivendo pedaços.
Quaisquer desses caminhos me parecem meios de fugirmos do agora. Esse misterioso tempo que nos escapa cada vez que tentamos controlá-lo é o único tempo no qual é possível criar, agir, viver. Correr loucamente atrás do amanhã nos torna mulheres mais cansadas, envelhecidas (e não maduras), indispostas, estressadas. Fugir loucamente do hoje nos torna alienadas e nos deixa com a sensação de que nada podemos.
Nos desafios vividos no presente é que descobrimos que esse é o único caminho que podemos trilhar. É imprescindível um horizonte que se deseje alcançar, mas é preciso também pisar no chão que está imediatamente debaixo dos pés para que se possa chegar a algum lugar.

Estivemos famintas por um longo tempo... - Escolher o caminho da alma não equivale a seguir um caminho de facilidades mas, sim, construção e renovação constantes. É sempre se ver a caminho, é sempre notar que há algo mais de misterioso e de essencial a se descobrir.
Sentir essas conclusões em minha vida me fez estar mais presente, mais inteira. Tenho respeitado as pausas pedidas pelo meu corpo, pela minha alma, pelo que me cerca. Tenho buscado me aproximar dos desafios nos quais nem sempre estarei com o controle em minhas mãos, me lançando em terrenos desconhecidos para poder conhecê-los.
Em nosso íntimo há fome e sede de beleza, de amor, de conhecimento. Há muitas fomes, algumas guardadas, outras sufocadas. Mas basta lançarmos atenção para o que está aqui dentro e tudo isso desperta! Em alguns momentos podemos até ficar um pouco zonzas e ansiosas. É porque nos damos conta de que estivemos famintas por um longo tempo.
São tantas fomes e sedes, cada uma de um elemento: flor, mapa, luz do sol, frio da lua, batalhas, cafuné... E cada uma carece se expressar e se realizar no mundo.
Não devemos travar uma luta desenfreada contra o tempo. Pelo contrário, é indispensável organizar internamente tanto sonho, tanta possibilidade ou acabamos assim tão fascinadas que paralisamos.
Precisamos vivenciar o passo-a-passo, os ciclos, encontrando o equilíbrio entre caminhar contra o tempo ou usá-lo como escudo deixando tudo sempre para depois. Nem mulher-maravilha, nem donzela-na-janela. Em cada um desses extremos acabamos deixando de viver de maneira absoluta o hoje e suas possibilidades de crescimento.
Como você viveu suas últimas horas? Como pretende viver as próximas? Refletir sobre nosso ritmo é um importante passo para escolhermos que tipo de vida queremos levar de agora em diante.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Livre de ou Livre para

Quando limito minha liberdade ao simples "estou livre de" acabo esvaziando o que essa condição tão almejada significa. Uma "liberdade de" pode acabar gerando um descompromisso com a vida, já que parece mais importante romper do que construir.

A mais ampla expressão de liberdade é poder realizar no mundo aquilo que carrego dentro de mim, ou seja, a realização do que sou. Só estar livre dos pais que cobram, do emprego repetitivo, do ar poluído, da rotina, não implica necessariamente que eu passe a ser no mundo. É preciso olhar mais atentamente para o que se deseja estar livre, em que direção eu desejo caminhar e quais meus passos seguintes.

Nesses casos citados o ponto inicial de se libertar de uma determinada condição (os pais que cobram, o emprego repetitivo,etc) talvez seja o ponto de partida pra fazer valer a liberdade para criar, se posicionar, apostar em novos campos e por aí vai.

Liberdade não é se desfazer de algo, mas estar "livre para" realizar. Não basta não termos algo que nos segure, é preciso ir em direção ao que torne nossa presença mais inteira. Liberdade é um posicionamento, uma resposta ativa.



Não basta sair da gaiola, para estar livre é preciso voar.

domingo, 16 de março de 2008

Bagagens antigas


"Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura"

"Uma andorinha só não faz verão"

"Macaco velho não põe a mão em cumbuca"

Esses e tantos outros ditados populares são bagagens passadas de geração em geração. São metáforas que têm o poder de transmitir muito através de imagens que nos fazem perceber o abstrato por elementos concretos, lançar um outro olhar sobre o que vivemos. Saberes antigos que carregam grandes sabedorias.

Um ditado do qual gosto muito (se não me engano, de origem oriental) é o seguinte: "Na luta contra o monstro, toma cuidado para não te tornares igual a ele". Tem coisa mais profunda e mais certeira? Quantas vezes nos vemos usando as mesmas armas que nos feriram no passado, repetindo ações que nos machucaram mas que também acabaram nos ensinando como deve agir "o mais forte". E tamanha costuma ser a nossa decepção ao nos vermos assim... O ditado aponta, por outro lado, a possibilidade de outras saídas. Caso contrário nem alertaria para o cuidado nessa luta, afinal o resultado dessa forma já estaria determinado em princípio. Qual(is) seria(m) a(s) outra(s) maneira(s) de lutar contra os monstros que nos assombram? Como todo bom ditado, ele levanta uma reflexão, cabe àquele que o ouve lidar com a "pulga atrás da orelha"!

O que você acha desse ditado?
Ele lhe fez pensar em algo?
Outro ditado faz você refletir?

segunda-feira, 10 de março de 2008

"Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?..."

Nada sobrevive sem se hidratar e sem se nutrir. Do tigre ao cactus, tudo que vive precisa de água e alimento para continuar a viver. Mesmo com suas especificidades uma coisa é certa: todos nós precisamos ingerir, digerir, metabolizar, converter algo em energia para seguir adiante até o próximo reabastecer.

Isso vale para o nosso organismo e vale também para nossa alma. Quando não respeitamos nosso ritmo biológico nosso corpo dá alertas e o mesmo ocorre com nossos ritmos mais profundos: muitas vezes passam a gritar para terem alguma atenção. Se não escutamos, a fome permanece e acaba surgindo das maneiras mais tortas possíveis - mas não deixa de aparecer. São as nossas compulsões, o mal-estar, o choro sem razão, a pele impolada, as alterações de humor sem razão e por aí vai. Aquilo a que chamamos desequilíbrio, dor, doença, pode muitas vezes ser um pedido de ajuda interno para que voltemos ao equilíbrio saudável que permita mais que sobreviver, mas sim o viver mais pleno.

Talvez tenhamos ingerido situações, palavras, sentimentos um tanto indigestos e precisemos metabolizar, ver o que nos cabe e jogar o restante para fora. Talvez haja uma perigosa abstinência de tudo que faz o coração bater mais vivo: amizade, carinho, compartilhar, respeito, compreensão, relação. Um monte de "talvez" em série poderia ser levantado, mas importa mesmo é ouvir para onde cada manifestação aponta: que tipo de fome/sede preciso saciar?

Não basta um só copo d'água hoje para matar a sede de amanhã e um único pão também não é o suficiente para nos dar energia para toda a vida. Se teimamos em não nos fazermos essa pergunta fundamental (que tipo de fome/sede preciso saciar?) acabamos sem energia, procurando nos saciar naquilo que não nos preenche, estressados, adoecidos, perdemos a força de que tanto precisamos para seguir.

Sem receitas prontas, cabe mesmo é começar a refletir sobre a própria experiência e buscar meios que nos facilitem a mudança dos padrões que nos fazem mal, para deixar que a vida que existe em nós possa fluir e se renovar.

sábado, 8 de março de 2008

Revitalizando...


Novo momento pede novo caminho e cá estou eu. No movimento de revitalizar a alma estou entrando nesse novo rumo, carrego no peito a minha história (se quiserem conhecer parte dela: http://devaneiosbyju.zip.net) , sem peso, somente levando o reconhecimento de que cada passo foi marca importante e aprendizado essencial.

Mulher que sou, inicio essa nova jornada num dia especial. Celebro o dom feminino de criar, cuidar, refletir, sensibilizar. Celebro os muitos dons femininos não nomeáveis, pertencentes ao mistério, que não deixam de ser belos - aliás até por isso podem se tornar ainda mais belos!

Novos ares, novas semeaduras, novas colheitas. Vida nova que se renova.